Possuir o total controle da bicicleta em qualquer situação é fundamental para a segurança do ciclista. Por isso, saber usar corretamente os freios é tão importante quanto pedalar com performance e eficiência ou ter habilidade nas manobras. Antes de qualquer coisa, é necessário saber que existe uma grande diferença entre a utilização dos freios no ciclismo de estrada e no MTB. Nas bicicletas speed, eles são usados apenas para diminuir a velocidade, já nas trilhas eles também auxiliam em algumas manobras.“Nas bicicletas de estrada, os freios não são muito potentes e é preciso tomar cuidado, pois uma freada mais brusca pode travar a roda e provocar uma queda. Nas mountain bikes, este travamento é algo comum, e os ciclistas costumam patinar a roda traseira para ganhar tempo em algumas curvas mais acentuadas”, disse Duda Bley, técnico de triathlon da Limiar Assessoria Esportiva. “Para uma correta utilização dos freios, é necessário sempre estar atento e antever a freada, pois assim evitam-se os movimentos mais bruscos, que costumam causar os tombos”, completou Duda.Na dose certaA melhor maneira de frear a bicicleta no menor espaço possível é equilibrar o uso dos freios dianteiro e traseiro. O que realmente pára a bike é o freio da frente, mas é preciso saber utilizá-lo na medida certa, sem que a roda trave, pois isso fará com que a velocidade aumente, além de existir o risco de ser lançado para frente.“O ciclista tem que dosar o uso dos freios dianteiros e traseiros e conhecer a sensibilidade dos manetes, para empregar a força correta sem que as rodas travem”, orientou Duda.Atenção redobradaNa chuva ou com pista molhada, os freios não funcionam com a mesma precisão, e isto aumenta mais o risco de derrapagens e quedas. Por isso, é aconselhável diminuir a velocidade e ficar muito atento. “Uma dica é sempre dar algumas freadas leves para tirar o excesso de água dos aros e das pastilhas, assim, quando for preciso usá-los, eles terão uma resposta um pouco melhor”, aconselhou. ManutençãoPara uma frenagem eficiente, os freios devem estar bem regulados e, nos casos dos convencionais de sapatas (ferraduras, cantilevers ou V. Brakes), que pressionam os aros, as rodas também precisam estar alinhadas. Aros tortos ou amassados fazem com que a freada seja em “soquinhos”, e isto aumenta as chances da roda dianteira travar ou escorregar.Esta é uma das razões que qualificam os freios a disco hidráulicos (utilizados apenas no MTB) como os mais eficientes, pois, mesmo com os aros desalinhados, eles continuam precisos. Outra vantagem é que eles permitem a dosagem de força correta nas frenagens, funcionam praticamente com a mesma eficácia em piso seco ou molhado e economizam muito mais pastilhas do que os modelos convencionais.Vença os traumasNo ciclismo, as quedas são algo comum e não é difícil um atleta ir ao chão após travar uma roda devido a uma freada brusca. Porém, isto não pode ser algo que o afaste do esporte ou provoque receios ao pedalar.“Uma vez me assustei com uma criança que atravessou a rua correndo, freei bruscamente e sofri um grave acidente. Fui lançado para frente. Quebrei o braço direito e dois dentes”, disse Cláudio Camarsi, 42, economista, que passou um tempo afastado da bicicleta, mas depois voltou a praticar o esporte. “Após esta queda, fiquei um pouco traumatizado e não pedalei durante quase um ano. O coração ainda bate um pouco mais forte sempre que a roda trava por causa de uma freada mais brusca, mas acho que isso é natural”, completou Cláudio. “Às vezes, é melhor frear bruscamente e correr o risco de sofrer uma queda do que bater de frente com um carro ou um muro”, finalizou o técnico Duda Bley.
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