Pesquisar este blog

sábado, 15 de agosto de 2009

Capacete para ciclismo x Dissipação de calor



O Moderno capacete para ciclismo não dificulta da dissipação de calor

Ao usar um capacete para ciclismo existente no comércio consegue-se uma proteção vital contra um possível traumatismo cranioencefálico, porém será que esse capacete dificulta os processos de termorregulação em um meio ambiente quente-seco ou quente-úmido? Levando-se em conta que a cabeça proporciona um meio significativo para a perda de calor durante a hipertermia induzida pelo exercício,¹ muitos ciclistas competitivos acreditam que, ao correrem sem capacete, conseguem reduzir a sobrecarga térmica e o desconforto físico. Essa crença persiste apesar de o atual capacete comercial protetor preservar as características aerodinâmicas e de leveza, com orifícios de ventilação para o esfriamento por convecção e evaporação*. Para avaliar as respostas fisiológicas e perceptivas que ocorrem ao usar um capacete, 10 homens e 4 mulheres ciclistas competitivos pedalaram por 90′ com 60% de VO2 pico em ambientes tanto quente-secos (35ºC e 20% de umidade relativa) quanto quente-úmidos (35ºC e 70% de umidade relativa) com e sem capacete protetor.²

Os resultados para consumo de oxigênio, frequência cardíaca, temperatura central, cutânea e da pele da cabeça, taxação do esforço percebido e sensações térmicas percebidas da cabeça e do corpo mostraram que o exercício em um ambiente quente-úmido produzia um estresse térmico muito maior que o exercício em condições termoneutras. No entanto, o uso do capacete não aumentava a sobrecarga térmica dos ciclistas nem a sensação perceptiva de calor por parte da cabeça ou do corpo.
* Convecção: A eficácia da perda de calor por condução depende da rapidez com que o ar adjacente ao corpo é permutado após ter sido aquecido. Se o movimento do ar ou a convecção prossegue lentamente, o ar próximo da pele se aquece e age como uma “zona de isolamento” que minimiza qualquer perda adicional de calor por condução. Inversamente, se o ar mais frio substitui continuamente o ar mais quente ao redor do corpo em um dia com muito vento ou durante uma corrida, a perda de calor aumenta porque a convecção substitui continuamente a zona de isolamento.

Evaporação:
A evaporação do suor a partir da pele exerce um efeito de esfriamento. Por sua vez, a pele esfriada resfria o sangue desviado dos tecidos internos para a superfície.

Fonte: MCARDLE, W.D, KATCH, F.I, KATCH, V.L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 5ed. Rio de Janeiro, 2003

1 – RASCH W, CABANC M. Seletive brain cooling is affected by wearing headgear during exercise. J Appl Physiol 1988;65:65

2 – SHEFFIELD-MOORE M, et al. Thermoregulatory responses to cycling with and without a helmet. Med Sci Sports Exerc 1997;29:755

http://adenosina.wordpress.com/

Nenhum comentário: